quarta-feira, junho 02, 2004

Antes da Tempestade (sobre poema de Magda Almovodar)


É noite ainda e estou acordadão
Meio sonado meio sonâmbulo meio tristonho
A chuva lá fora brilha
Olho o teto o morro a cidade e a janela
Os pingos e as luzes
Mas não vejo meus sonhos nem sinto o peso de um braço

(Tive um há poucas horas
Mas não me preocupei tanto como Magda em não acordá-la
Era sexo mas muito mais amizade e eu tinha mais o que fazer)

Não me espreguiçarei (embora tenha vontade) para que não se espante este meu sono raro
E penso nos vestígios da noite passada
Sentado ainda pelado na minha Giroflex

Olho a minha cama, o meu colchão no chão
E só sei que não sei em quem repousarei depois do amor
Porque faz tempo um amor não dá as caras
Não daqueles que deixem no meu pau um cheiro bom de ficar cheirando
Como os do passado, os que eu me lembro bem
Os que me faziam dormir pesado e saciado
Totalmente encaixado
E me masturbar lembrando

Saio do quarto e preparo um café para dormir
Sem pão, sem porra nenhuma
Não vou mais tomar banho
(tomei um mais cedo
me ensaboaram, massagearam, foi gostoso mas dejá vu )
E como mesmo no quarto
Sem bandeja
De frente pro laptop

No espelho do armário me olho de novo, nu
Me acaricio levemente
E penso que devo aparar os pentelhos (sic)
Observo os músculos definidos de minhas coxas
O meu membro pendurado
E uma barriguinha que só eu vejo mas me incomoda
Já fui bem mais poderoso
Acho que estou ficando um bundão
Onde a mulher linda e saborosa que deveria estar ali deitada,
Dormindo pesado
E eu ali em pé, de pé, alerta, masculino, felino, faminto?

Os meus recentes passeios eróticos tem sido quando muito, burocráticos
Aos meus lugares exóticos tenho ido eu e meu laptop...

2 comentários:

  1. Passeios eróticos burocráticos?
    Me explica esta!!!!!!

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  2. Passeios eróticos burocráticos?
    Me explica esta!!!!!!

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