sexta-feira, julho 30, 2004

...E San Francisco também

  
Hoje parece que não sai nada
é pena
podia escrever um poema
e dormir menos triste
talvez até menos amargo
talvez até tomasse um trago
numa das esquinas de sonho
      (Pois cada esquina não tem um bar?)
mas não bebo
e se escrevo é que não tenho onde enfiar
      A solidão é vadia
      vicia meu coração
tenho o vício solitário
e as mãos cheias de emoção
todas as meninas com que sonho
todas as meninas são você
todas as meninas queu encontro
Nenhuma das meninas é você
sucumbo à tentação todas as noites
quase enlouqueço
e me entorpeço
mas não cedo
e se escrevo é que não tenho onde meter.

segunda-feira, julho 26, 2004

Chicago is too far

     
Saudade é um pássaro preto bem preto que vem todo dia com o bico amarrado me visitar. Saudade é seu nome e seu bico amarrado me lembra das vezes em que me calei, seu bico algemado apertado colado me lembra das bocas que já beijei.

Saudade é de espécie que cresce e não voa distâncias na ânsia de procriar, mas nasceu de rapina e sua sina é crescer e bicar com seu bico amarrado os coitados que tentam amar, é mexer na ferida roída mordida doída e deixar sangrar.

Saudade revoa de bico fechado jogando em dois lados sem nada mostrar, afinal que pássaro a toa iria falar do que sentem da gente as pessoas que achamos pra amar?

Saudade não sabe, mas todos querem mata-la, e se ao menos dissesse, se ao menos nos desse alguma pista que fosse, mas não, saudade emudece, saudade é uma ave malvada que come calada pedaços de coração.

quinta-feira, julho 22, 2004

segunda-feira, julho 19, 2004

Promessa é dívida

   
Minha tulipa, porque será que desde que te deixei em casa no domingo (já tecnicamente uma segunda-feira) não pára de chover? Onde está o sol, onde está o céu? Chove no país inteiro, estamos todos tristes, precisamos urgentemente mudar isto. E a simpatia pra isto é a seguinte: você passar um fim de semana inteirinho na minha casa, o próximo, obviamente juntos. É garantia de sol, a alegria invade, minha cama volta a ser o que eu já tinha me esquecido que podia ser, meu sorriso e meu corpo voltarão a se agitar.
 
E eu, é claro, ronronarei e me espreguiçarei como gato que sou, e te darei mil lambidas e mordidas, e te encaixarei nos meus braços, nos meus ombros, no meu ventre, no meu corpo enfim e te dormirei em cima e te dormirei embaixo e ficaremos de pés dados (e porque não tomar uns banhos vendo o mar?) e você não precisará mais murmurar dormindo "não me deixa sozinha não" porque vai ser difícil eu te deixar, isto vai contra o meu querer.

sexta-feira, julho 16, 2004

Ah é?

     
Em resumo
Eu já sei como te encontrar
É não te esperar
Esquecer de você
Sumir
Pra quando te encontrar
Ser assim:
Surpresa e desejo.

domingo, julho 11, 2004

Fortaleza


Minha bonitinha do sorriso lindo e da pele dourada
Por você dispersei um exército inteiro de amazonas
E enfrentaria sozinho todo e qualquer jiujitsu de coleirinha de prata
(Contanto, é claro, tivesse você em mim engatada)

Minha moreninha da barriguinha sarada
Por você me tornei um pitbull que morde a dona
Mas só de leve, no pescoço e nas entrecoxas
E tendo minha arma enrijecida em teus lábios
Não temerei mais ninguém nem nada

Que venham os gregos, os baianos, os romanos,
Que venha quem quiser, homem ou mulher
Agora eu sei de novo o meu querer
E seguirei em frente protegido
Tendo meu deus como escudo
E sempre bebendo do teu suco
A minha mágica poção

sexta-feira, julho 09, 2004

O passado a limpo


Ah! E nem vou deixar de fazer o que quero
Não agora que a conheci
(mas e se ela não quiser, se não gostar, se complicar?)
Não me importa, agora vou fundo, vou bonito
Fiquei a fim de me apaixonar
Não vejo o menor nexo
Até acho graça se tentar entender
Não quero.
Você não iria ficar comigo
Nem eu com você.
Somos tão parecidos
Que não sei qual machuca mais
Se o seu tempo ou o meu vento
Ou qualquer coisa assim.

segunda-feira, julho 05, 2004

Impregnância (Primeira e ainda incerta aparição da bolação)


Gosto de segurar minhas vontades mais urgentes
Explora-las lenta e cuidadosamente
Mergulhar devagar num sorriso como o seu
E te dizer sou teu
Sentir tua língua
Sentir teus lábios
Sentir teus poros
A tua mão entrando nos meus bolsos

Gosto de te ver entrando em minha vida
E nada me faria mais feliz
Se de repente não me voltasse à vida uma outra vida
Que me diz não vai não vem não tem
Quero imergir e esquecer dos meus problemas
Eu que há tempos me alimento de sombras
Titubeio agora ao ver a luz

Me assombram pessoas
Me assombram fatos
Me assombram fetos
Me assombro eu a mim mesmo com o que faço
As soluções e confusões que trago em mim
Meu Deus e meu diabo
Meu sexo e minha solidão
Carinho e amargura
Sombras e luzes
E teu sorriso na escuridão

Minha vida é uma vertente de coisas boas e esperanças
De raízes que não cresceram
De vitórias sem festas
De saudades do que não tive
De ter tudo e não ver graça
Até de repente ter você

E eu sigo me perguntando de qual de mim desgosto mais
Se daquele que sempre escapa por um triz
Ou do que se coloca em hora errada
Em roubadas que não me deixam ser feliz

domingo, julho 04, 2004

Simplicidades


As vezes são poucas as coisas
Pra nos fazer felizes
Uma lua que nasce
A felicidade dos outros
Um certo olhar
E beijos de Riberta