segunda-feira, julho 05, 2004

Impregnância (Primeira e ainda incerta aparição da bolação)


Gosto de segurar minhas vontades mais urgentes
Explora-las lenta e cuidadosamente
Mergulhar devagar num sorriso como o seu
E te dizer sou teu
Sentir tua língua
Sentir teus lábios
Sentir teus poros
A tua mão entrando nos meus bolsos

Gosto de te ver entrando em minha vida
E nada me faria mais feliz
Se de repente não me voltasse à vida uma outra vida
Que me diz não vai não vem não tem
Quero imergir e esquecer dos meus problemas
Eu que há tempos me alimento de sombras
Titubeio agora ao ver a luz

Me assombram pessoas
Me assombram fatos
Me assombram fetos
Me assombro eu a mim mesmo com o que faço
As soluções e confusões que trago em mim
Meu Deus e meu diabo
Meu sexo e minha solidão
Carinho e amargura
Sombras e luzes
E teu sorriso na escuridão

Minha vida é uma vertente de coisas boas e esperanças
De raízes que não cresceram
De vitórias sem festas
De saudades do que não tive
De ter tudo e não ver graça
Até de repente ter você

E eu sigo me perguntando de qual de mim desgosto mais
Se daquele que sempre escapa por um triz
Ou do que se coloca em hora errada
Em roubadas que não me deixam ser feliz

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